Gosto de pensar vinho como quem pensa evolução. Evolução de verdade, que respeita, que não agride, que não sobrepõe. Gosto de pensar vinho como quem amplia o conceito de equilíbrio, seja nos taninos, nos aromas, na acidez, na mineralidade, no ecossistema, na biodiversidade. Minha taça é daquelas que tem vida. Parece o coração dos prudentes: começa fechado, as vezes reduzido. Vai abrindo, abrindo… Mostrando a que veio! Agrega aromas, perde outros, as vezes chora também… Lágrimas que descem devagar apegadas ao cristal, caóticas como “A mulher chorando” – de Picasso! Meu “brinquedo” adulto tornou-se o saca rolhas. Abre-se a caixa de Pandora. O que resulta? Expectação! Cada nota, uma surpresa. Cada gole, inesperadas surpresas…
Por isso, nosso vinho é vivo! Gosto de pensar na vida… E beber dela como tempestades e não poças d’água!
Abra-se a esta experiência… É um caminho sem volta. Mas afinal, quem deseja retornar?